O futuro do Windows não é a área de trabalho

A cada dia que passa nós observamos uma Microsoft muito diferente da que estamos acostumados a ver ao longo destes últimos anos, uma Microsoft que reflete mudanças na maneira que a computação será na próxima década. Mas afinal o que está ocorrendo, o que significam estas mudanças, no que elas nos afetam? Nós não devemos ficar surpresos, toda empresa precisa se reinventar e a reinvenção da Microsoft tem sido telegrafada a muito tempo. Steve Ballmer semanas atrás descreveu esse futuro abertamente chamando a Microsoft de uma “empresa de dispositivos e serviços”.

Acima de tudo é claro que deslocou-se o centro de gravidade na organização e isso significa que o coração do futuro do Windows não é a área de trabalho embora a mesma permanecerá sempre importante. Se você verificar detalhadamente a arquitetura do Windows 8 e especialmente seu novo modelo de programação verá que a Microsoft fez algumas grandes decisões sobre o futuro dos seus desenvolvimentos e sobre o futuro da empresa.

A Microsoft cria seus aplicativos e serviços com suas próprias ferramentas, o que nos dá um bom lugar para começar a traçar o seu futuro, é prestar atenção de como o ferramental para esse futuro está começando a se encaixar no lugar. Tem havido algumas críticas de desenvolvedores dirigidas as novas API’s WinRT do Windows 8, vistas como imaturas e com menos recursos do que seus parentes mais velhos Win32 e .NET. Mas há uma diferença importante entre essas ferramentas e WinRT, Win32 é um conjunto de APIs da época cliente-servidor, familiar para quem cresceu desenvolvendo com Visual Basic e conectar aplicações VB para mainframes e minicomputadores.

A herança do .NET é semelhante, mas como a informática evolui, as APIs tem que mudar e WinRT destina-se para o novo paradigma de computação de clientes inteligentes trabalhando com serviços de nuvem. Essa abordagem significa WinRT não se destina a complexas aplicações desktop, é por isso que ainda existe um desktop no Windows 8 para o código .NET e Win32. Em vez disso o WinRT foi projetado para oferecer segurança, acesso restrito, interface para os serviços em nuvem, aplicações rodando no Azure e em outras plataformas da Web, incluindo as nuvens privadas de Windows Server 2012.

Na sua essência, o WinRT é projetado para ser o cliente assíncrono para arquiteturas orientadas a serviços que abrangem sistemas de linha de negócios e serviços de nuvem. O WinRT fornece os chamados serviços de ponto de extremidade. Ele não torna mais fácil construir aplicações locais monolíticas, enormes como o Photoshop, pois não se destina e esse tipo de aplicação que não faz parte do novo modo de ver e implementar computação, embora esse tipo de aplicação seguramente sobreviverá por muito tempo antes de se extinguir completamente, assim como os mainframes ainda estão conosco até hoje.

WinRT Photoshop seria uma janela para um serviço de nuvem, onde as imagens são armazenadas e manipuladas longe do PC. Você escolheria as ações, veria os resultados, mas o processamento de imagem real aconteceria em servidores de sistemas de nuvem. Fazer do Windows um ponto de extremidade SOA é fundamental para esse futuro, mas isto não significa um mundo de thin clients e um browser como uma aplicação de interface de usuário. Nós não vivemos em um mundo de conectividade gigabit perfeito para desktop e dispositivos móveis. As aplicações sempre precisaram ser capazes de executarem desconectadas da nuvem, sincronizarem os dados quando conectadas e serem capazes de lidar com transações assíncronas de longa duração.

Observe com atenção o Google e suas aplicações em nuvem, o Chrome OS é um sistema operacional voltado para os serviços em nuvem, note que este caminho está determinado pelo mercado. Alguns chamam isto tudo de era pós PC mas é na verdade a era dos dispositivos conectados a nuvem, claro o mundo mudou e a Microsoft com ele. Não admira que muitos dos influentes desenvolvedores da Microsoft se mudaram para Azure ao longo dos últimos anos, este é o coração do futuro da empresa.

Parte do processo de mover-se para a nuvem significou maior colaboração entre as unidades, algo que pode ser visto na inclusão de uma versão do Office em dispositivos Windows RT como o Surface e nas aplicações Bing que vêm com cada cópia do Windows 8. Essa colaboração vai ser uma característica fundamental da nova Microsoft, com sua visão de reunir o hardware, software e serviços em uma única plataforma, tanto para os consumidores como para as empresas.

O centro de gravidade pode não ter mudado totalmente ainda, mas ele está se movendo, hoje já se trabalha em escala de nuvem para fornecer informações e serviços para os usuários do Windows 8. A Microsoft do futuro será construída em torno do Azure, Office 365 e  InTune o que significa mais e mais colaboração entre as diferentes partes da organização, são todos parte de um ecossistema mais amplo e de uma forma mais ampla de olhar o mundo.

Enfim espero ter conseguido mostrar a vocês o que está ocorrendo, o que significam estas mudanças e no que elas afetam nosso dia a dia diante de um computador.

Fonte: baboo.com.br

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